Há um ditado popular que diz: “Se a montanha não vai a Maomé, Maomé vai até a montanha” ou seria o contrário? Bem, o que importa é que a ACervA ouviu seus associados e realizou, na noite da última terça-feira (11 de agosto), um estudo de estilos acompanhado de harmonização guiada. Nesse primeiro encontro a Witbier foi a escolhida.
Mestre cervejeiro e professor da UNA e Escola Mineira de Sommelieria, Carlos Henrique de Faria Vasconcelos, ou simplesmente CH, conduziu de forma brilhante as quase quatro horas de estudo, passando pela história da cerveja, dicas de produção e ilustrando graficamente uma receita. Após os conceitos e técnicas, CH partiu para as harmonizações – que foi outra aula à parte. Para ele, a formação do cervejeiro deve ser completa, e explica que quanto maior a qualificação, estudo e aprofundamento houver, maior será seu conhecimento. “A oportunidade de oferecer o estudo de estilos para os associados da ACervA Mineira foi muito positivo, pois, além do bate-papo cervejeiro, foi possível compartilhar com os participantes um pouco da história das Witbiers, suas características e técnicas de produção”, explica. Além disso, Carlos salienta que foi a oportunidade de muitos cervejeiros se aprofundarem em assuntos da Sommelieria e das harmonizações de cervejas. “Os associados puderam conhecer um pouco do espectro do curso de Sommelier de Cervejas e do trabalho que fazemos na Escola Mineira de Sommelieria”.
Para os associados, o encontro foi muito rico e trouxe algo mais, além do esperado. Guilherme Caram Meireles faz cerveja desde 2014 e diz que, apesar de sentir falta do clima presencial, a experiência foi enriquecedora. “Fazer o estudo e a harmonização em casa permitiu que os familiares de fato entendessem o que é estudar cerveja. A parte sensorial, eu achava que seria mais afetada pelo modelo online, mas o planejamento e a logística dos organizadores não apresentou nenhuma dificuldade ou falha”, fala animado. Residente em Nova Serrana, Lucas Bessas adorou a iniciativa. Cervejeiro desde 2013 e associado em 2019, não havia participado dos painéis realizados pela Acerva devido a logística complicada. “Tinha feito um ou outro da nacional e um workshop da mineira, mas a ideia da harmonização e a nova forma de estudo apresentada foi sensacional. A didática do CH é fantástica e também pode ter contribuído para a experiência”, diz entusiasmado. Bessas aproveita a oportunidade e salienta que a Acerva, sem sombra de dúvidas, ajuda na aquisição de conhecimento. “É muito boa a ideia de um membro ajudando o outro. Eu falo que não fica pergunta sem resposta no grupo da Acerva. Cresci demais como cervejeiro neste último ano, mesmo produzindo pouco”, completa.
De acordo com a diretoria, a iniciativa partiu da necessidade de atender e aproximar seus associados. Esse é apenas o começo. “Vários encontros estão programados para os próximos meses, a princípio de forma virtual, e esperamos que cada um possa aproveitar ao máximo e colocar em prática todo o conhecimento adquirido no meio cervejeiro”.
“Fazer cerveja é fácil. O difícil é fazer boas cervejas. Para isso, o estudo deve ser contínuo e frequente. Nunca ache que a sua cerveja é a melhor de todas. Saiba que sempre haverá algo que você pode aprimorar. O bom sommelier não precisa saber fazer cerveja, mas um bom cervejeiro, que conhece bem de escolas e estilos, será sempre um profissional mais completo” - Carlos Henrique de Faria Vasconcelos.