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Algumas pessoas esperam ansiosamente os feriados, para poderem descansar e realizar atividades quase sempre impossíveis de serem realizadas durante os dias úteis. Não seria diferente com os cervejeiros, que esperaram ansiosamente o dia 21 de Abril.
Em 21 de Abril de 2013, ocorreu em Nova Lima, na Cervejaria Küd, um encontro anual de cervejeiros caseiros, a Festa de Premiação do Concurso da ACervA Mineira.

Proposta do Concurso:

1.1 - O III Concurso ACervA Mineira de Cervejas Artesanais é um concurso aberto aos cervejeiros caseiros da ACervA Mineira e sem fins lucrativos, promovido pela própria instituição, cujo objetivo é promover e divulgar cultura cervejeira, prestigiar o movimento homebrewer crescente no estado de Minas Gerais, além de servir como preparatório para participação dos cervejeiros da associação no 8º Concurso Nacional de Cervejas Artesanais. Fonte: Regulamento do III Concurso da ACervA Mineira.

Resumo sobre os estilos:

O guia de referência usado nos concursos da ACervA Mineira, e nos concursos nacionais, é o bjcp (pdf em Português do guia).

American Amber Ale (10B):

"Como um Pale Ale americana com mais corpo, mais rica em caramelo e mais equilibrada para o malte do que para o lúpulo (mesmo que as quantidade de lúpulo possam ser significativas)." Fonte: Guia bjcp

Robust Porter (12B):

"Uma Ale escura, maltosa, com sabor complexo e caráter torrado substancial." Fonte: Guia bjcp.

Saison (16C):

"Uma Ale refrescante, com frutado/condimentado de médio a forte, coloração amarelo alaranjado, intensamente carbonatada, bem lupulada, seca e com certa acidez, que acaba com a sede." Fonte: Guia bjcp.

Vienna Lager (3A):

"Caracterizada por uma maltosidade elegante e suave que seca no final para evitar se tornar seca." Fonte: Guia bjcp.

Estilo Livre, Escola Mineira de Cerveja (23):

O bjcp fala apenas que qualquer cerveja que não se encaixe em nenhum outro estilo, deve ser encaixada neste estilo.
A exigência do concurso, é que a cerveja leve qualquer ingrediente da culinária mineira, ou que a cerveja faça referencia (no sabor e aroma), a cultura mineira. Nesta categoria o céu é o limite, o que vale é a criatividade do cervejeiro de escolher os ingredientes ideais, e a técnica de faze-los trabalhar em harmonia.

Resultados:

American Amber Ale (10B):

1º Lugar: Reinaldo Barros e Pedro Gusmão
2º Lugar: Fabiano Carvalho
3º Lugar: Cristiam Rocha

Robust Porter (12B):

1º Lugar: Cristiam Rocha
2º Lugar: Renato Buaiz e Adriano Ferreira
3º Lugar: Fabiano Carvalho

Saison (16C):

1º Lugar: Kelvin Azevedo

2º Lugar: André Tiso
3º Lugar: Cristiam Rocha

Vienna Lager (3A):

1º Lugar: Cristiam Rocha
2º Lugar: Fabiano Carvalho
3º Lugar: Bernardo Gosling

Estilo Livre, Escola Mineira de Cerveja (23):

1º Lugar: Daniel Draghenvaard, com a cerveja Barlei UAIne do Jequitinhonha. Usando pedras incandescentes, a cerveja foi fervida, fazendo dela um híbrido de SteinBier. Os principais ingredientes foram ceveda maltada, e milho verde, na maturação chips de madeira jatobá.

2º Lugar: Giovani Mendes, com uma Dubbel com geléia de pimenta rosa e rapadura.
3º Lugar: Carlos Henrique, com a sua BlackWitbier, cerveja que originalmente leva cascas de laranja e sementes de coentro. Em sua receita ele utilizou de cascas de limão siciliano, cascas de laranja kinkan, cascas de mexerica morgot, anis estrelado, coentro, mel e polpa de cagaita.

Festa de Premiação:

Como todas as festas da ACervA o que não faltou foi cerveja. Tive a oportunidade de experimentar as mais variadas cervejas, como cerveja com pé de moleque, tamarindo, mel, pimenta rosa, cagaitá, além das que seguiam rigorosamente a Reinheitsgebot (lei alemã, que permite na cerveja apenas água, malte, lúpulo e levedura).
É incrível a troca de informação e conhecimentos que acontece nesse tipo de evento. Cada cervejeiro orgulhoso de ter criado uma receita, a compartilha com os amigos, que raramente a reproduzem igual, sempre a reproduzem colocando seu toque, que torna a cerveja única. Com certeza voltei para casa com a cabeça fervilhando de ideias, com várias sugestões, e o desejo de produzir.





Bate-Papo com alguns premiados:

Daniel Draghenvaard

Victor: De onde surgiu a ideia da receita?
Daniel: A ideia da receita surgiu de um projeto pessoal que comecei há alguns anos, que o chamei de "Freiheitsgebot" ou "Libertas Cervisaria" i.e. Liberdade Cervejeira, quando decidi criar receitas e comecei a colocar em prática as cervejas (e outros fermentados) sem lúpulo, feitas em processos genuinamente artesanais (fogão à lenha, fermentação espontânea, fermentação em temperatura ambiente), com ingredientes mineiros típicos dos principais biomas de Minas Gerais i.e. Cerrado e Mata Atlântica e também ingredientes típicos da Escandinávia. Na verdade, sempre me intriguei em replicar receitas prontas e estilos padronizados comerciais, então me adentrei em outros caminhos de produção, resgatando fermentados primitivos e experimentando novas idéias que fugissem das cópias que muitas pessoas e cervejarias fazem nos dias de hoje. Cheguei a compilar várias receitas e uma introdução de algo que pode se tornar um livro no futuro e quem sabe vir a ser uma referência aos pilares da hipotética "Escola Mineira de Cerveja".



Victor: Quais os maltes utilizados? Porque a escolha deles?
Daniel: Utilizei Pale Ale Malz, Melanoidin malz, Caramünich malz e Rauchmalz. Eram os que eu tinha disponíveis. Além dos maltes, utilizei milho verde também.

Victor: Quais os lúpulos? Porque a escolha deles?
Daniel: Não utilizei lúpulos.

Victor: Qual a levedura, e porque a escolha?
Daniel: T-58. Utilizei ela na temperatura mais baixa na fermentação, por duas semanas, para conseguir fazer um híbrido de “BárleiUAIne de Pedra” – Stein Barley Wine, mosto difícil de fermentar, pelo seu elevado OG (alto potencial alcoólico) e pelo alto teor de caramelização.

Victor: Qual a temperatura de fermentação? E a maturação?
Daniel: Ficou variando no termostato, entre 13°C e 15°C. Maturação entre -2°C e 1°C, durante 3 meses.

Victor: Como foi o envase? Você utilizou primming, ou outra técnica de carbonatação?
Daniel: Sem primming.

Victor: Você irá participar do concurso nacional neste estilo?
Daniel: Sim.

Victor: Com esta mesma receita?
Daniel: Não, outra receita.

Victor: O que espera do concurso nacional em termos de resultado?
Daniel: Espero ir bem para ao menos ter uma nota 30 no tipo de aferimento que considera o BJCP, de reconhecimento como uma boa cerveja, que é o que buscamos e nos esforçamos cada dia mais para obter. Cada ano que passa, o nível de qualidade dos competidores e das receitas aumenta bastante, então a pessoa que ganhar ou ficar nos primeiros lugares, pode se orgulhar que fez algo bom, de reconhecimento merecido. Espero que vai ser bacana prestigiar o evento como cervejeiro caseiro, pois este é o foco dele e o momento que temos no  ano para que amigos e camaradas de todo o país possam conhecer nossas produções.

Victor: Se pudesse escolher um dos estilos do ano que vem, qual estilo escolheria?
Daniel: Escolheria qualquer estilo pouco ou não difundido nos EUA e no Brasil, para que as pessoas possam experimentá-lo e conhecê-lo melhor e.g. Baltic Porter, Scotch Ale, English Cider, Northern German Altibier, Steinbier, Landøl, Red Slavik Lager, Rauchgruit, Porseøl, Kellerbier, Meads, Braggots, Hanfblüte, Castagnebier, et cetera.

Reinaldo Barros e Pedro Gusmão:

Victor: De onde surgiu a ideia da receita?
Reinaldo: Na verdade eu tinha convidado o Pedro pra fazermos uma cerveja juntos. Decidimos pela American Amber Ale. Uns dias depois ele me mandou uma receita pronta já. A partir dessa, juntos fizemos algumas alterações/ajustes. Posso dizer que a receita é mais de 80% dele. Eu, naturalmente fiquei mais responsável pelos processos de brassagem, fermentação e maturação, uma vez que fizemos no meu equipamento.
Pedro: Exatamente como o Rei falou. Há algum tempo havíamos conversado sobre fazer uma brassagem juntos e veio a calhar de fazer a American Amber Ale pros concursos mineiro/nacional. Escolhemos a American Amber Ale por gostarmos bastante e termos já alguma experiência com ales estilo americano: o Rei com a Barbatus (junto com o Roberto Prado) e eu com a BroBrewing (juntamente com o Guilherme e o Vinícius).

Victor: Vocês poderiam dar detalhes da receita?
Pedro e Reinaldo: Não só vamos dar detalhes, como vamos compartilhar a receita na íntegra! Quem quiser tentar reproduzir, fique à vontade e nos mande uma garrafa para "analisarmos" o resultado final.
Pedro: Para fazer a NNAA, procurei experimentar o que havia disponível no mercado para extrair as melhores características de cada cerveja. Algumas das cervejas foram Anderson Valley Boont Amber, Rogue American Amber Ale, Rogue St. Rogue Red, Seasons Wallace Amber. A idéia básica da Amber é uma American Pale Ale mais complexa e com mais equilíbrio entre malte e lúpulo. Primeiramente eu procurei referências no livro Designing Great Beers do Ray Daniels, mas não havia informações sobre esse estilo. Fiz uma pesquisa nos fóruns mais conhecidos - como o homemebrewtalk.com - e coletei as informações que achei legais.

Victor: Poderia explicar o porque da escolha de cada malte e cada lúpulo?
Pedro: Como malte base, usamos Pilsen, que contribui com a maior parte dos açucares fermentáveis. Maltes especiais usamos Carared, Cara Gold e Special B. Para ter um espectro legal de sabores e aromas (e consequentemente chegar na cor que desejávamos, já que a cerveja é para um concurso) resolvemos utilizar 3 maltes cristal, cada um com suas características. O Carared traz tons de vermelho e aroma/gosto de caramelo. O Cara Gold já é mais escuro e traz sensações de bala toffee. Por fim o Special B, que é um dos maltes cristal mais escuros disponíveis e traz notas de caramelo queimado e frutas secas.
Todos os lúpulos são variedades americanas, para ficar o mais fiel possível ao estilo proposto. O Columbus foi escolhido para amargor e para o "backbone" da parte aromática. Ele tem aquele aroma resinoso e "dank" que não é tão volátil a ponto de dominar mas que resiste bem na cerveja. O Cascade é velho conhecido, colocamos ele para fazer o meio de campo. Por último o Simcoe, que traz aromas que frutas cítricas (maracujá). Não pesamos a mão nele, por dominar facilmente a cerveja.
Sobre os tempos e quantidades, não queríamos um amargor muito forte nem gosto de lúpulo pronunciado, o que esconderia o sabor do malte. Por isso, não fizemos aquela adição clássica de lúpulo de sabor nos 30-20 minutos. No nariz, o equilíbrio também foi privilegiado: gostaríamos de um aroma bacana de lúpulo mas não muito pungente. Sendo assim, adicionamos uma pitada de lúpulo aos 5 minutos e uma quantidade generosa durante o whirlpool (que aliás é uma técnica que traz um resultado bem legal, hoje em dia todo nosso late hopping é feito no whirlpool). Não quisemos dry-hopping.

Victor: Qual a levedura e porque a escolha dela?
Reinaldo: Usamos US-05 pela sua neutralidade.

Victor: Quais as temperaturas de fermentação e maturação?
Reinaldo: A fermentação ocorreu a 18°C. Enquanto a maturação ocorreu em 10°C por 10 dias, e 0°C por 3 dias (para limpar).

Victor: Qual a técnica de carbonatação utilizada?
Reinaldo: Primming.

Victor: Vocês irão participar do concurso nacional neste estilo?
Reinaldo: Com certeza.

Victor: Com esta mesma receita?
Reinaldo: A receita será praticamente a mesma, fizemos apenas um pequeno ajuste no amargor e trocamos o fermento para o WLP001.

Victor: O que espera do nacional, em termos de resultado?
Pedro e Reinaldo: Participar de concursos é sempre legal pelo feedback que você recebe nas fichas dos juízes. Quanto ao resultado do concurso não sabemos muito o que esperar, mas gostaríamos de receber mais de 40 pontos.

Victor: Irá participar em outro estilo?
Reinaldo: Sim, Robust Porter.

Victor: Se pudesse escolher um dos estilos do ano que vem, qual estilo escolheria?
Reinaldo: Apesar de não ser um estilo oficial do BJCP, vou citar uma cerveja que tenho vontade de fazer e ainda não fiz. Belgian IPA.
Pedro: American Barley Wine. Tenho vontade de fazer uma estupidamente lupulada!

Receita da "No No! American Airlines" (Do Reinaldo com o Pedro):

OG: 1.050
IBU: 28,4

Maltes:
76% Pilsen Agrária
13% Weyermann Carared
6% Chateau Special B
5% Chateau Cara Gold (Cara 120)

Lúpulos (Para 47l):
35g Columbus (60 min)
13g Columbus (5 min)
13g Cascade (5 min)
50g Columbus (Whirlpool)
25g Cascade (Whirlpool)
25g Simcoe  (Whirlpool)

Mostura:
Infusão simples a 67°C.
Essa temperatura deixa o mosto com uma fermentabilidade mediana. Como buscamos um equilíbrio entre malte e lúpulo, resolvemos deixar a cerveja nem muito seca e leve nem muito doce e pesada.

Fermentação:
Deve ocorrer a 18°C.

Maturação:
10 dias em 10°C.
3 dias em 0°C.

Sobre o autor deste artigo:

Não poderia perder a oportunidade de divulgar um pouquinho mais meu trabalho. Para quem se interessar, também participei do concurso, na categoria Saison. Conto detalhes no meu blog: http://www.engenhariadacerveja.com.br/2013/iii-concurso-da-acerva-mineira/
Terça, 14 Maio 2013 13:55

Brasil Beer

Segunda, 27 Maio 2013 14:30

Expocachaça 2013


Livro Brasil Beer confirmado no Expocachaça de 2013

É isso aê pessoal! Nosso estande está confirmado pela Diretoria do Expocachaça (Lê-se aqui Luiz Vicente e José Lúcio) que nos cedeu um espaço exclusivo no evento para exposição do livro Brasil Beer, vendas e autógrafos. Os autores Henrique Oliveira e Hélcio Drumond estarão lá para atender os amigos do mundo cervejeiro. Estaremos do lado do estande das ACervAs.

Na compra de um livro o cliente ganhará um chope por conta dos autores!

Sobre o espaço Brasil Bier no Expocachaça


Em 2013, na sua 22ª edição, a Expocachaça traz novamente a Feira Brasil Bier, valorizando o seu desenho com o “Espaço Bier Show” que amplia e fortalece o evento, e propricia uma abordagem mais completa de toda cadeia produtiva da cerveja, destacando seus atributos, benefícios e os diferenciais competitivos das cervejas artesanais nacionais.

Além das cervejarias já confirmadas - Cervejarias: Artesamalt, Áustria, Backer, Baumgartner, Krug Bier, Viena Bier e Wals - o evento oferece 25 novos espaços com preços especiais e subsidiados para que as outras cervejarias do país possam participar. Na edição deste ano, além da exposição de marcas e produtos, será dado grande destaque aos cervejeiros caseiros, com discussões sobre tema em mesa redonda, cursos de fabricação, palestras técnicas, consultorias, harmonizações e a presença de vários produtores de equipamentos.

Não perca! Saiba mais em www.expocachaca.com.br  e http://www.expocachaca.com.br/bh/brasilbier.shtml













Minha viagem cervejeira no Brasil

Anjali Oberoi

Recentemente comecei a trabalhar em um projeto que envolve comida. Muita comida. Também envolve usar minhas habilidades para transformar comida numa realidade, então no final das contas, é bem legal (doce), mesmo antes de levar em conta que uma dessas comidas é o chocolate.


Mas não vamos divagar. Com o risco de generalizar o uso do termo "comida", uma outra dessas comidas é a cerveja. Cerveja. Eu posso de modo geral não ser muito de beber, mas eu já tinha tido o bastante. Eu diria também que sou bem aberta a provar álcool e tenho uma escala bem graduada para medir meu grau de quanto gosto de algo que provo. De algum jeito a cerveja nunca tinha saído do ponto zero da minha escala. A resposta geral para essa afirmação é - "mas você já provou alguma BOA cerveja?" - e para essa, minha resposta é SIM. Provei mais de 300 cervejas nos
últimos anos, empurradas para mim pelos amigos e parentes, todos com a enfática afirmação "DEFINITIVAMENTE você vai gostar dessa", e sabe o quê? Não gosto. Talvez por que eu tenho gosto ruim ou porque as únicas cervejas que tenho sido capaz de tolerar são Lambics frutadas que, ao menos em Nova Iorque, vêm com uma pouco saudável dose de açúcar adicionada.


Então imagine a minha reação ao ser informada que estou indo para o Brasil para conhecer um mestre-cervejeiro e conduzir uma pesquisa de campo para construir um plano de negócios para uma cervejaria. Brasil?! Sim!! Fazer um plano de negócios? Fantástico! Conhecer um mestre-cervejeiro e visitar cervejarias? Bem legal. Provar umas dúzias de cervejas enquanto sou observada por cervejeiros esperando minha opinião? Ah não...



Se ainda não adivinhou, essa é a história da minha viagem cervejeira brasileira de 3 dias e... espere por isso... como eu me apaixonei por uma cerveja.


Eu voei para Belo Horizonte, a capital e maior cidade do estado de Minas Gerais, uma parte do Brasil que eu não tinha visitado antes. Minas Gerais é um estado sem litoral, chamado assim pela ocorrência de mineração nessa parte do país. Belo Horizonte é realmente uma grande cidade e o aspecto que lhe dá o nome é evidente em casa passeio - eu fiz um tanto!


Conheci o Marco Falcone, meu mestre-cervejeiro guia, na primeira noite. Marco é uma das pessoas mais gentis e simpáticas que já conheci e um cervejeiro altamente respeitado na comunidade da cerveja artesanal brasileira. Felizmente fomos capazes de comunicar bem falando (principalmente) inglês e um espanhol-português misturado. Ele preparou um fantástico itinerário que incluiu visitar uma série de cervejarias, do caseiro com equipamentos feitos por eles mesmos, à cervejaria de larga-escala, mas mesmo assim artesanal. Ao fim da viagem, me senti um pouco como Cachinhos Dourados: essa era muito pequena, aquela era muito grande, e ah, essa é do tamanho certo!



Aquela primeira noite, visitamos um cervejeiro caseiro e um cervejeiro profissional de pequena escala. Meu interrogatório e minhas anotações abundantes eram frequentemente interrompidas por "prove essa cerveja!" e eu ficava por fora por não ser uma entendedora. Os cervejeiros ficaram incrivelmente animados com a minha visita, o que é mais do que eu consigo dizer sobre mim quando alguém me diz que realmente não gosta de chocolate.



Me dei conta que o mundo da cerveja artesanal é bem similar ao do chocolate artesanal. Há os "grandes" que normalmente fazem terríveis produtos e tiram fora à força os pequenos por pura força econômica. E há os "pequenos", que estão nesse mundo graças à paixão deles pelo produto, sempre lutando para criar alguma coisa melhor, ansiosos por educar seus consumidores. Eles falam de sabores, essências e notas na cerveja assim como eu falo sobre o chocolate. Estranhamente o bastante (ou talvez não?), as cervejas mais escuras, como os chocolates mais escuros, são aqueles com maior complexidade.



Marco bebeu alegremente minhas cervejas que eu tinha só tinha tomado alguns goles. No dia seguinte ele levou seu filho junto como motorista. Eu acho que ele percebeu que se tivéssemos que continuar visitando cervejarias e ele tivesse que continuar a tarefa de beber duplamente, isso seria necessário. Ele nem questionava se ia beber a segunda rodada se achava que era uma boa cerveja, e eu desenvolvi um saudável respeito por essa capacidade dele. Também, pobre Rafael! Imagine um garoto de 21 anos dirigindo para nós de uma cervejaria para outra e não ser permitido tocar uma gota! Mesmo assim ele continuou de cara ótima e minha oferta de dirigir e deixá-los beber foi recusada com risadas.


O nosso segundo dia envolveu visitar uma cervejaria de média escala onde eu aprendi a expressão "vender o peixe". É uma expressão usada pela indústria que se refere a vender (a cerveja) o produto. Mais cervejas que bebi pouco, corajosamente bebidas por Marco e então partimos para a Falke Bier, a cervejaria dele.


Escrever sobre a Falke Bier tomaria um post inteiro sozinho então não vou começar aqui, ao invés disso vou indicar ao leitor o artigo onde Charlie Papazian escreve sobre a viagem dele por aqui. A cervejaria é maravilhosamente localizada no campo, limpa e bem organizada. Meu lugar favorito foi uma cave subterrânea onde a cerveja de estilo belga do Marco, a Monasterium, matura ao som de canto monástico. Se eu jamais fosse pensar num lugar apropriado para meditação, esse seria o lugar. Então, estou eu flutuando nas alturas (e ainda escrevendo abundantes anotações), aí... Marco tira uma Vivre Pour Vivre, a sua cerveja de estilo belga obra-de-arte não-à-venda.



Essa cerveja é descrita muito bem no mesmo artigo do Charlie Papazian, então não estou certa do que mais dizer sobre ela, exceto que bebi duas taças. Dito o bastante. Finalmente, aqui estava uma cerveja que eu poderia beber! E não era açucarada! E... não está à venda. Suspiro. Em retrospectiva, essa é provavelmente uma boa coisa, porque a última coisa que eu preciso juntar à minha (já pesada) moda do chocolate é uma cerveja. Mas vou aproveitar a chance para cumprimentar o Marco.



Após três dias, cada um deles terminando em bares que apoiam a cultura cervejeira artesanal, que floresce rapidamente em Belo Horizonte, fiquei convencida que todo mundo na cidade fosse ou cervejeiro ou bebedor de cerveja... ou um autor de cerveja. Eu sei que é uma visão deformada, mas eu a reafirmo - cada pessoa que conheci tinha sua própria cervejaria, ou em casa ou profissionalmente. Aqueles que não tinham, bebiam. Aqueles que tinham, bebiam também.



Há muito mais - parece que uma parte da cidade faz cachaça ao invés de cerveja. Visitamos um adorável local de produção de cachaça, em um vale verde, apropriadamente chamada Vale Verde, a cerca de 40 km de Belo Horizonte. Mas vou para aqui por agora e tirar meu chapéu para a cerveja.



Cerveja. Ainda não sou fã de verdade mas sinto que te entendo melhor agora. Estou contente que você está se tornando independente como produto artesanal, um movimento que apoio totalmente em todas as áreas dos alimentos. E prometo manter uma mente aberta na próxima vez que te provar, caso encontre no mercado uma Vivre Pour Vivre!



P.S. Assista esse vídeo (I am a Craft Brewer) e procure por cervejarias artesanais regionais onde for viajar - você não vai se arrepender assim que ouvir as incríveis histórias que eles têm pra contar.
A experiência é quase sinestésica. Dica da @renatamotteran http://www.sagres.pt
Quarta, 01 Junho 2011 12:49

Cervejas de Minas II



Microcervejarias mineiras criam rótulos para encarar o inverno

Bebida artesanal ganha versões especiais e status de vinho para o consumidor enfrentar a queda da temperatura em grande estilo
Tatiana Lagôa - Repórter - 29/05/2011 - 13:11
Foto: Maurício de Souza

O inverno, época do ano em que o brasileiro consome menos cerveja, foi escolhido pelas microcervejarias mineiras para expansão e lançamento de novos rótulos. Com essa estratégia, as vendas devem aumentar em até 20% somente neste período.

Segundo dados do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral do Estado de Minas Gerais (Sindibebidas), entre 2005 e 2010 a produção de cerveja artesanal mais que triplicou, passando de 150 mil litros mensais para 500 mil litros. A estimativa é que neste ano a produção alcance 1 milhão de litros mensais.

Segundo o superintendente do sindicato, Cristiano Lamêgo, as nove microcervejarias existentes no Estado conseguem bons resultados no inverno em função da capacidade de criação de novos padrões de cerveja adequados ao clima frio. “Nós temos mais de 150 tipos diferentes de cervejas em Minas. No inverno, prevalecem as mais elaboradas, encorpadas e com maior teor alcoólico”, afirma.

Na Backer Cervejaria, a expectativa é que a demanda aumente em 15% durante o frio. Segundo a diretora de marketing, Ana Paula Lebos, serão lançadas quatro receitas novas no próximo mês. No total, a microcervejaria terá nove rótulos após o lançamento.

O sócio proprietário da Falke Bier, Marco Falcone, aposta em produtos diferenciados. “Nossas cervejas são guardadas em uma adega subterrânea, ao som de canto gregoriano, para que a levedura faça bem o trabalho de fermentação”, afirma. Segundo Falcone, eles vão construir uma nova estrutura neste ano para triplicar a atual produção de 30 mil litros mensais.

Na cervejaria Artesamalt, a estratégia para o período foi o relançamento de produtos. Segundo o sócio proprietário, Augusto Viana, foi acrescentado mais malte à cerveja para que ficasse mais forte. Com isso, ele espera aumentar as vendas em 5% neste ano.

http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/noticias/economia-e-negocios/microcervejarias-mineiras-criam-rotulos-para-encarar-o-inverno-1.286976



Encontro Internacional de Colecionadores de Itens de Cerveja e Refrigerantes Presença dos maiores colecionadores de diversos estados do Brasil e outros de diversos países. Presença de membros do Brasil Chapter Clube, do Tcherveja - Rio Grande do Sul e Rio Latas - Rio de Janeiro. Muitos ítens para trocas, grandioso Leilão com ítens raríssimos e o mais importante, rever amigos em uma confraternização ímpar. 05/08 06:00 hs..... Saída de São Paulo de ônibus perto da estação Santa Cruz do Metrô. 07:00 hs..... Jundiai no Trevo para pegar colecionadores. 08:30 hs..... Viracopos para pegar colecionadores. 09:00 hs..... Partida de Viracopos com destino a Ribeirão Preto. 11:30 hs..... Até 12:00 hs – chegada na Cervejaria Colorado e visita até 13:00 hrs. 13:00 hs..... Até 14:00 hs – almoço no "MERCADO CIDADE" ao lado da Cervejaria LUND. 14:00 hs..... Até 14:30 hs – visita na LUND. 15:00 hs..... Saida para Bebedouro com chegada prevista para 16:30 hs. 19:00 hs..... Inicio ao ROOM to ROOM. *LIVRE PARA JANTAR NA ÁREA DE ALIMENTAÇÃO DO SHOPPING. 06/08 09:00 hs..... Ônibus liberado a partir das para visita ao Museu Eduardo Matarazzo de carros antigos. ( para os participantes que não visitaram na convenção passada). 10:00 hs..... Liberação das mesas para exposição (Salão de Convenções 1) com encerramento 22:00 hs. 12:00 hs..... Até 13:30 hs - Almoço livre na área de alimentação do shopping. 13:30 hs..... Até 14:30 hs - Posse da nova Diretoria do Brasil Chapter Clube. 14:30 hs..... Inicio do Leilão - Salão de Convenções 2 ( Ao lado do salão 1 ) Paralelo ao Leilão, no salão ao lado, teremos algumas Micro cervejarias da região com cervejas artesanais e chopp para degustação. Além das Micros teremos a participação da Cervejaria Germânia. 19:00 hs..... Jantar livre na área de Alimentação do Shopping 07/08 06:00 hs..... Exposição das mesas do colecionadores e lata de R$ 1 até 12:30hs. 12:30 hs..... Fechamento e acerto do Hotel. mais informações em: http://www.xiiiconvencaobebedouro.com/
Segunda, 06 Junho 2011 00:40

Extra Malte 2011




O melhor da cerveja está no Extra Malte!


A edição do Extra-malte de junho é especial e acontece na torre da Claro. O tema abordado será “Cerveja e Filosofia”. Pensando nos significados culturais do ato de beber cerveja e nos rituais sociais a ela agregados, o escritor Luís Augusto Fischer e o historiador Francisco Marshall lançam questões filosóficas sobre o mundo cervejeiro na conversa conduzida por Sady Homrich. Também participa do bate-papo o convidado Marco Falcone, da cervejaria Falke Bier. Participação da mestre cervejeira e sommelier de cervejas Cilene Saorin a confirmar. Harmonização a cargo da chef Juliana Corrêa.

Serão degustadas as cervejas:

Falke Weiss
DaDo Bier Ilex
Paulaner Hefe-Weissbier Dunkel

Promovido pelo StudioClio com curadoria de Sady Homrich, parceria da Cerveja Coruja e patrocínio da Claro e do Nacional Supermercados, o Extra-malte valoriza a cultura cervejeira todas as segundas segundas-feiras de cada mês, às 20h.

"Ideal seria que todas as pessoas soubessem amar e beber boas cervejas,
o tanto quanto sabem fingir e beber qualquer cerveja."
Bob Marley, adaptação

Excepcionalmente nesta edição, o Extra-malte acontecerá na torre da Claro,
na Rua Gilberto Laste, 52 - Morro Santa Tereza.
Há restrições de estacionamento no local.
Compra de ingressos somente no StudioClio, de segunda a sexta, das 9h às 19h.
Para os que já reservaram, solicitamos o pagamento até o dia 6 de junho.

Com Sady Homrich, Francisco Marshall, Luís Augusto Fischer, Marco Falcone e Juliana Corrêa
Data 13 de junho, segunda-feira, 20h
Valor R$ 35,00 (lugar em mesa)




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